sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Balanço do ano: Novelas

A melhor do ano: Das mesmas autoras de O Profeta (2006) e Cama de Gato (2009), considero Cordel Encantado de Thelma Guedes e Duca Rachid a melhor novela de 2011. A parceria das autoras se consolida com a criação de um conto de fadas de época ambientado no nordeste brasileiro.

A história se baseia na vida de Açucena (Bianca Bin), princesa do reino fictício de Seráfia, criada como uma moça simples do sertão, devido às armações da vilã Úrsula (Débora Bloch). Paralelamente, vemos a vida de Jesuíno (Cauã Reymond), filho do cangaceiro mais famoso da região, que rejeita o modo de viver do pai, mas com o tempo se torna um aliado para destruir o vilão e coronel Timóteo Cabral (Bruno Gagliasso).

Nesse período desenvolve-se o romance de Doralice (Nathalia Dill) com o príncipe Felipe (Jayme Matarazzo), personagens que durante boa parte da novela estiveram envolvidos com os protagonistas num quarteto amoroso com idas e vindas.

Além da liberdade de criação sobre a típica narrativa encantada, a produção ousou ao reproduzir um nordeste totalmente caracterizado, desde as casas e cidades cenográficas aos figurinos típicos, como os de cangaceiros e roupas de época. Do outro lado, o país Seráfia seguiu as características européias, na composição de roupas de reis e rainhas com direito a castelo e tudo! Com um elenco enxuto, porém talentoso e apostando na dobradinha Cauã/Bianca (Passione) e Nathalia/Jayme (Escrito Nas Estrelas), as autoras ganharam a confiança do público que retribuiu por meio dos números: a média geral foi acima dos 25 pontos, com picos de 27 a 30 e último capítulo marcou 32 pontos, sucesso para o horário.

A surpresa do ano: A Vida da Gente, a sucessora de Cordel na faixa das seis. Após o ritmo de faroeste mesclado com comédia imprimido pela antecessora, A Vida da Gente tinha tudo para afundar o horário, visto que apresenta uma trama essencialmente dramática. Entretanto, com um enredo focado no cotidiano de famílias de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a novela foi a grande surpresa do ano. Confesso que tive minhas reservas quanto a acompanhar tanta choradeira, ainda mais protagonizada por Fernanda Vasconcellos. Posso dizer que fui conquistado pela história: todos os dias ligava a TV esperando pelo jornal local (MGTV) exibido às 19h15 e pegava o final dos capítulos, quando dei por mim não levantava do sofá durante um capítulo inteiro. Lícia Manzo é autora novata e apresenta um texto rico, repleto de detalhes e delicadezas que só quem é apaixonado pelo cotidiano sabe admirar. Ainda no ar, vale a pena se apaixonar.

O erro do ano: De Aguinaldo Silva, Fina Estampa, a promessa de uma história popular, que viria a discutir temas importantes e a questão da aparência versus caráter na sociedade, tudo com um toque de brasilidade. O início da novela mostrou tudo isso, com a presença forte de Griselda (Lília Cabral) em contraponto à futilidade de Tereza Cristina (Christiane ‘do rock’ Torloni). De novembro pra cá a trama desandou e as histórias vêm se misturando de forma aleatória e sem resultados. A maioria dos personagens não possui apelo e não há motivação para torcer por eles. É nesse ponto que o navio começa a afundar pra mim, acho que nem o Pereirão dá jeito.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um blecaute

São nove e quarenta da noite, quinta-feira nove de junho. Este texto está sendo escrito em um momento exótico. O vendaval e a tempestade deste dia fizeram com que um transformador explodisse no bairro e todos ficamos sem energia elétrica. Surge a pergunta: o que fazer durante um blecaute (ou blackout)? Em casa desde as seis da tarde, a primeira ideia foi deitar e descansar, dormi mais de duas horas e a energia ainda não havia voltado. O jantar à luz de velas de romântico não teve nada, e o tédio começou a me consumir. Lembrando do notebook com 80% de bateria fui logo ouvir umas músicas, sem internet, mas ao menos com uma memória do tempo feliz da luz. O tempo está contado, 68% restante e em breve não terei nada além das velas típicas das novelas de época. Uma pausa forçada que obriga a pensar: o que podemos fazer sem energia elétrica? Pensamos que sem internet não somos ninguém, a falta de luz obriga o homem moderno a regredir para antes do uso de velas, mas ao tempo da caverna.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Um distanciamento

Por quê nos afastamos das pessoas? As motivações são inúmeras. Não somente sentimentos ruins são a causa de um distanciamento. Às vezes precisamos de um tempo para respirar, para colocar os pensamentos em ordem. Em outros momentos a vontade é de poupar o outro, evitando desgastes.

A aparente raiva nem sempre está no que é evidente. Atitudes de um pessoa podem revelar em nós aquilo com o que não sabemos lidar: uma dificuldade, ou um fracasso. Aceitar o modo distinto como as pessoas encaram as situações não é fácil. Somos diferentes e quando conseguimos tirar o melhor disso, saímos ganhando. Damos um tempo, somente uma pausa até estarmos com a mente tranquila para poder então dar continuidade aos relacionamentos.


Foto: Charlotte King, da série Private Practice.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma correria


As últimas semanas foram de muita correria e aprendizado. O fazer jornalístico acadêmico se torna cada vez mais profundo. Podemos então perceber o que faltou nesse caminho, o que era importante e foi deixado de lado. São momentos de encontro com fatos que estão fora do planejamento. As emoções se misturam: quando conseguimos realizar uma missão que parecia impossível é o topo, mas quando nos dedicamos a algo e esquecemos que outro projeto precisa de atenção vem o sentimento de fracasso por não dar conta de tudo ao mesmo tempo. É uma fase de crescimento profissional aliada ao amadurecimento como indivíduo.

"O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..." Mário Quintana

segunda-feira, 14 de março de 2011

Um auto-retrato

Trabalho apresentado na disciplina Tópicos Especiais em Comunicação, consistia na escolha de uma foto para cada tema proposto, formando um auto-retrato:

sexta-feira, 11 de março de 2011

Uma primeira vez

Todos se sentem ansiosos antes de experimentar algo pela primeira vez. Sentimos tensão, suamos frio, o corpo treme e muitas vezes erramos. Ficamos marcados pelas emoções da descoberta e o momento se torna inesquecível por ser único, o primeiro. Minha primeira matéria em telejornalismo foi a cobertura da aula inaugural da 3ª turma do curso, com a presença dos jornalistas Hiltonei Fernando e Renata Neiva, confira:


quinta-feira, 10 de março de 2011

Uma difícil espera

A espera. Vivemos num mundo conectado 24 horas. Não temos paciência para filas, para downloads e às vezes nem mesmo para relacionamentos longos. As coisas correm na velocidade da luz e temos que nos adaptar. Aprender a andar no ritmo veloz do trem-bala, da informação em 140 caracteres, da notícia em tempo real.

De outro lado temos o coração que bate no mesmo compasso desde sempre. Alguns muito acelerados, outros batem por mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Existem também aqueles que estão à espera para viver uma história de amor pela primeira vez. Por motivos diversos ainda não lhes fora propiciado experimentar um relacionamento a dois.

Eles esperam. Há os que aguardam pacientemente como as princesas dos contos de fadas em seus castelos, já outros passam o tempo a idealizar as pessoas e dão de cara com amores platônicos, e ainda encontramos os batalhadores que sofrem de amor não-correspondido e quebram a cara a cada nova tentativa.

São tantos os sentimentos que perpassam a mente de quem espera por um romance. Os mais sensíveis se perguntam se há algo de errado, se não estão seguindo os passos corretos. Alguns mergulham em crises de autoestima, e precisam de auxílio, outros buscam preencher o tempo com coisas do cotidiano. Conselhos não faltam para quem está nessa situação, mas o momento da espera é difícil e nem sempre conseguimos estar bem.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Uma campanha de todos

Do site de notícias G1:
Dom Odilo Scherer lança Campanha da Fraternidade em SP

O arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, lançou na tarde desta Quarta-Feira de Cinzas (9) na capital a Campanha da Fraternidade 2011. Com o tema “Fraternidade e a vida no planeta” e o lema “A criação geme em dores de parto”, a campanha deste ano aborda a questão do aquecimento global e como as mudanças climáticas podem piorar o ambiente da vida na terra, sobretudo para os mais pobres.

Católicos ou não, o chamado da Campanha é importante e visa conscientizar para algo que será um bem comum: viver num ambiente mais saudável. O que parece complicado pode ser um exercício diário e tranquilo conforme virar hábito: trocar sacolas plásticas por retornáveis, economizar energia apagando luzes desnecessárias e diminuindo o tempo de banho, colaborar com a coleta seletiva, reduzir o volume de lixo produzido, reutilizando o máximo de material possível, e claro, descartar o que não serve mais no lugar adequado.

Um dia, uma vida

Sensíveis, sensatas, confusas, modernas, tímidas, sábias, emotivas, perspicazes, intuitivas, decididas, inseguras, temperamentais, materialistas, místicas, céticas, generosas, vingativas, independentes, orgulhosas, doces, tranquilas, intensas, tensas, meigas, carinhosas, amáveis. Mulheres.
Muitos sentimentos, um mesmo dia.
Oito, março, sempre.

terça-feira, 8 de março de 2011

Um relacionamento expresso

A marca dos relacionamentos atualmente é a efemeridade dos envolvimentos. Podemos perceber a efervescência das relações no agito de uma noite: para se ter a intimidade de um beijo, basta apenas um olhar.

O famoso “encarar” é suficiente para que duas pessoas se entreguem a um rápido enlace que pode se resumir a uma série de beijos ou até mais, terminando em uma noite de sexo.

O anonimato desse tipo de laço é outro aspecto que apesar de normalizado ainda gera espanto se demandar uma reflexão. As barreiras da intimidade são rompidas sem o desenvolvimento de uma interação saudável baseada no diálogo. A inversão de etapas é notável, a fase de conhecimento do outro é suprimida pelo desejo alucinado que não possui rédeas nem regras.

A via facilitada da pegação talvez surja no intuito de evitar as relações que já enfrentam problemas diversos como o tédio, o ciúme e a traição. Esse enlace rápido mascara a dificuldade dos indivíduos em se entregar a um relacionamento de forma completa. Além de afogar as próprias necessidades, reduz-se a outra pessoa a um mero pedaço de desejo desprovido de sentimentos maiores que a cobiça sexual.

Do outro lado da questão se encontram as pessoas românticas, que caso não encontrem outra pessoa com os mesmos ideais tendem ao fracasso afetivo. Uma pessoa que mantenha determinados valores dificilmente se encontra num campo onde a relação de caráter expresso é dominante.

No contexto da velocidade cibernética em que vivemos de bits, os valores de nossos antepassados parecem retrógrados e fora de moda. Talvez não seja preciso retornar aos tempos do namoro de sofá dos anos 50, apenas seja preciso fazer uma revisão daquilo que não está fluindo tão bem no nosso interior como as aparências sugerem.

Artigo produzido para a disciplina Jornalismo Opinativo do 4º período.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Uma metamorfose

Metamorfose. A biologia define o termo como as mudanças na forma e estrutura do corpo, crescimento e diferenciação. Na linguagem popular definimos metamorfose como aquela transformação radical e pessoal. Nos programas de TV quando um personagem resolve radicalizar o primeiro indício é relativo à aparência: a maquiagem muda, assim como as roupas, o estilo roqueiro, mulher fatal ou comportamento rebelde.

Na vida real passamos por fases de transformações que muitas vezes não são expressas no modo como agimos, e nem sempre como vestimos. São processos internos que nos surpreendem e nos levam a perguntar: se eu abrir mão de determinados costumes ainda mantenho minha essência? As mudanças são necessárias, as adaptações são fundamentais para nossa sobrevivência social. Quando nos reinventamos estamos buscando preencher espaços que às vezes criamos e que em outras são fruto dos movimentos de uma grande engrenagem da qual giramos e, ao mesmo tempo, recebemos impulsos.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Uma tempestade

Tudo está tranquilo demais, quando de repente surge um novo elemento e muda todo o rumo das coisas. Uma pessoa nova no colégio, mudança de casa. Quem nunca passou pela experiência? Somos programados para seguir rotinas diárias, semanais, mensais. Mas por mais que lutemos contra, há movimentos que nos levam a desejar ou sentir coisas inesperadas. Algumas dessas vontades nos fazem querer voltar onde estávamos antes, no momento em que a calmaria tomava conta. Quando não sabemos como lidar, desviamos da tempestade, procuramos coisas pra fazer: leitura de livros, organização de materiais ou cozinhar. Qualquer distração que possa fazer o tempo passar mais rápido para que tudo volte ao normal.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Uma questão de preferência


Em "Uma série de escolhas" abordei as dificuldades para se desbravar novos mundos. Partindo da ideia que fazemos escolhas a todo tempo podemos verificar outra questão: a preferência. A partir do momento em que optamos por uma coisa geralmente precisamos abrir mão de outra.

Os brinquedos de Toy Story sentem medo de serem deixados de lado em relação aos novos. As crianças no colégio têm o pânico de ser aquela escolhida por último para o time. E quanto aos adultos, quais preferências os assombram? Às vezes perguntamos se fizemos a escolha certa, os menos sensíveis não dão muita importância ao que foi deixado.

Mais complicado do que selecionar itens é escolher pessoas. Podemos fazer amizades, ter uma extensa rede de contatos. Entretanto é preciso cuidar desse conjunto. A frase pode parecer clichê, mais do mesmo, mas é simples e objetiva: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" Antoine de Saint-Exupéry.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Uma missão?

Existe a crença de que cada ser humano nasce com uma missão. Se é verdade ou não talvez nunca venhamos a saber. Seguimos tantos caminhos na vida: uma carreira profissional, uma história de amizade, uma relação afetiva. Às vezes o destino nos leva para o mesmo lado, podemos conhecer um grande amor no trabalho, em outras as coisas se encaminham para o oposto e nos vemos entre a cruz e a espada.

A típica história de Ugly Betty

A ideia de uma missão para cada pessoa pode fazer com que nos perguntemos se estamos no rumo certo. Quando algo que tentamos uma, duas, várias vezes e aquilo continua dando errado nos questionamos se somos realmente destinados a conseguir. E se não somos, surge a pergunta: para qual missão eu estou aqui e quais serão os passos certos?

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Uma constante: insegurança

Insegurança. Sentimos isso a todo o tempo. Usando uma roupa diferente, visitando uma cidade nova, falando em público para muitas pessoas. Situações para as quais não nos sentimos preparados se mostram como um desafio.

Mas quando fazemos algo de que gostamos, não tem como esconder. Nossos olhos brilham, nossa face se ilumina e nos entregamos ao momento. Tirar fotografias, se dedicar ao cultivo de plantas, praticar uma atividade física. Cada um possui paixão por alguma atividade. Temos várias formas de nos sentir plenos. Às vezes nos sentimos tão bem que parece que tem alguma coisa errada.

É muito bom conseguir uma meta e se sentir completo. Entretanto a vida se constitui numa série de complexidades que se sentir realizado não dura muito tempo. Logo surgem novas carências, e em áreas que não temos facilidade de lidar. Se uma explosão de alegria em determinado núcleo da vida pode suprir outros totalmente distintos? Provavelmente não. Talvez seja o momento de redirecionar esforços na busca por uma plenitude maior ainda.

Foto: Lexie Grey na série Grey's Anatomy

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um momento para lembrar

Estamos sempre fazendo coisas das quais gostaríamos de nos lembrar. O primeiro dia na faculdade, entrar no mar quando nunca antes, ou quando acreditamos ter conhecido nossa alma gêmea.

Profissionalmente seguimos vários passos para chegar no nosso objetivo. Cada trabalho exige uma série de procedimentos distintos. A maioria dos empregos possui um uniforme. O jornalista não tem um, mas precisa se vestir de acordo com a ocasião da cobertura.

O jornalista de televisão é o que geralmente muda de visual bastante, roupas mais formais em entrevistas e reportagens sérias ou em grandes eventos. Esporte fino ou camisa para o dia-a-dia e matérias solares. Sempre descobrindo novas realidades. O momento em que vestimos para o trabalho pela primeira vez é um daqueles que gostaríamos de nos lembrar.

Fotos: Flávio Fachel/Michelle Loreto (TV Globo)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Uma nova temporada

Vivemos por conta de ciclos. A terra nos oferece dias mais quentes ou mais frios conforme o ciclo de seus movimentos. Na escola aprendemos sobre o ciclo da água. Já as mulheres possuem um ciclo só delas. Como seres sociais produzimos nossas próprias séries de transformações, às quais podemos fazer marcações para definir inícios e finais de períodos temáticos.

As aulas da UFU retornaram para alguns e começaram para outros nesta segunda-feira (21). Com 120 alunos, o curso de Jornalismo se abre para a recepção de novos indivíduos, diferentes opiniões, outras mentes. É possível ver nessa chegada um modo de fechar um ciclo e começar uma nova temporada. Os antigos personagens continuam, seus dramas se aperfeiçoam, sua comédia e diversão permanece. Outros papéis são designados, os caminhos se misturam, e distintas relações são desenvolvidas.

Final season/2009

Outros acontecimentos levaram a uma reflexão. Uma das primeiras lições que aqueles que buscam se formar como jornalista aprende é: ouvir. São tantas as oportunidades de aprender uma coisa nova. E é pra isso que devemos nos dispor, a ouvir o que o outro tem a dizer. As vantagens de uma mente aberta são infinitas: você descobre a todo momento uma novidade, fica por dentro de tudo o que acontece à sua volta, se identifica com aqueles que passam por situações parecidas, pode vir a ajudar alguém, se torna simpático à diversidade de assuntos e estilos de vida e, acima de tudo, evolui como ser humano.

Hoje foi exibido um vídeo resumindo os sentimentos de dois anos do curso:

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Uma reflexão sobre o tempo

Cultivamos o estilo de vida da correria, do estresse e da urgência. Queremos tudo pra ontem e a cada dia que passa vamos criando novos compromissos. Geralmente de segunda a sexta somos tomados de tarefas, reuniões e cursos em turnos variados. Quando chega o sábado temos a leve sensação de liberdade, nos organizamos para fazer coisas diferentes, colocar a programação em dia. Mas às vezes a única coisa que nos resta a fazer é dormir. É quando recarregamos as energias para começar tudo outra vez.

Nos acostumamos tanto ao modo apressado de lidar com as coisas que às vezes não sabemos com o que preencher o tempo livre que nos resta. Neste sábado (19), o horário de verão chegou ao fim e recuperamos aquela hora perdida em outubro. O que fazer com esse tempinho extra?

"When you think about it an hour isn't very long. Sixty minutes. Thirty-six hundred seconds. That's it." Meredith Grey.

O episódio desta semana de Grey's Anatomy (7.15 - Golden Hour) apresentou-se numa narrativa especial, ao estilo da série 24 Horas de Jack Bauer: toda a ação se concentrou em uma hora do dia (18h) do setor de emergência do Seattle Grace-Mercy West Hospital que estava sob o comando de Meredith. A pergunta que abre o episódio é: "Quantas coisas você consegue realizar em uma hora?". A narração de Meredith diz que na medicina uma hora é muito tempo, chamada 'hora de ouro' e completa: "A mágica janela de tempo que indica se o paciente vive... ou morre."

Ótimas cenas de Cristina e Meredith

Partindo disso foram mostradas diversas situações que motivam quem está assistindo a imaginar que algum dos pacientes não vai resistir até o final do episódio, deixando um permanente clima de tensão no ar. A diversidade dos pacientes e a forma inusitada de cada um é o que valoriza o contexto. Quanto a nós, a hora extra já se foi, mas o que fazer para aproveitar um pouco mais dos minutos de cada dia?

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Uma verdade: Everybody Lies

Mentimos. Numa conversa informal dizemos que está tudo bem apenas para não esticar o assunto, às vezes elogiamos um amigo mesmo quando não concordamos com o modo como ele se veste, em outros momentos fazemos de conta que gostamos de certas coisas quando não é verdade, apenas para que não sejamos excluídos.


A mentira maior é aquela que fazemos para nós mesmos. Quando maquiamos uma situação complicada, quando não conseguimos encontrar uma solução e inventamos. Parece um caminho mais fácil. Se iludir que a vida profissional será suficiente para encobrir as lacunas de uma vida pessoal, ou que relacionamentos curtos e sem envolvimento afetivo podem preencher o espaço de uma relação íntima e duradoura. Fazemos escolhas. Envolvemos metas, projetos e até pessoas nisso tudo.

O medo de correr atrás do que se quer é o que impulsiona a mente a divagar e produzir mentiras que nos mantém satisfeitos por curtos períodos. Até quando? Será que não é o momento de encarar o desafio, sair do mundo das ilusões e lutar por coisas maiores e realmente importantes?

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Um longo trabalho

A coleta seletiva em Uberlândia ainda está no começo, operando no bairro Santa Mônica, como mostrou o quadro Integração Sustentável do MGTV. Trata-se de uma iniciativa importante por parte dos órgãos responsáveis na cidade. Mas quando se trata de lixo podemos ver que o assunto é mais complexo. O descarte daquilo que não precisamos mais não é realizado somente em casa. Quando estamos no trabalho, escola ou passeando a todo o tempo usamos de embalagens ou sacolas ou copos plásticos. Quando não é possível evitar o uso, tudo certo, o problema surge do exagero e da falta de consciência.

Mas a pior parte está por vir: é quando o lixo é jogado fora do devido lugar. Parece simples: Jogar o lixo na lixeira. Mas a complexidade da ação provavelmente corrompe a mente de alguns que por alguma razão inexplicável saem largando a sujeira por onde passam. A via possui funcionários responsáveis por sua limpeza, é claro. Mas a natureza já apresenta o seu trabalho diário, são folhas e galhos de árvores, poeira. Não é necessário colaborar para o aumento da bagunça.

Seja consciente, aos poucos tudo tende a melhorar.



quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Um pouco psicólogo

Nos comunicamos a todo o tempo. Falamos novela das oito, discutimos sobre o valor do salário mínimo, conversamos sobre a vida dos outros. Dizem que segredo para ser um segredo de verdade não deve ser partilhado, mas somos falantes e precisamos dividir certas coisas. Quando falamos de nós mesmos não tem problema. Amigos são também formas de confessionário, nos sentimos melhor quando nos expressamos, mesmo que seja algo já concluído. Um pouco de padres, um pouco de psicólogos, ouvir é sempre importante, mesmo quando se trata de algo banal. Uma conversa sobre o novo colega do trabalho ou sobre as plantas que cresceram no quintal.

Companheiras de confissões, Jane e Stacy/Drop Dead Diva

A questão é: Será que devo me intrometer nos assuntos que não são meus, mesmo quando as pessoas fazem questão de me manter informado? Penso que o melhor a fazer é prestar atenção: às vezes você será alvo de confissões que devem apenas ser ouvidas, em outros momentos você será um divã, deverá ouvir e precisará dar o seu parecer. Complexo é quando seu relato ao final não é aquele que o outro gostaria de ouvir. É quando tudo pode se voltar contra você, que inicialmente não tinha nenhuma relação com o assunto. O que fazer?


Regina Volpato, me entenderia.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Um clima de desconfiança

Somos desconfiados. O temor de conhecer uma pessoa e deixá-la fazer parte de nosso círculo social é comum. Se temos receio a novas situações, nas atitudes tomamos cuidado também com pessoas. Levamos tempo até confiar em colegas e futuros amigos. Analisamos cada atitude, observamos seus passos, julgamos. Quando a amizade é estabelecida nos tornamos fiéis companheiros. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Ajudamos nas dificuldades, aceitamos seus deslizes, encobrimos suas furadas. Mas até lá é um longo caminho.

As pessoas estão sujeitas aos erros. Se um amigo conta algo seu para outro quer dizer que traiu você? Ou apenas não sabia que aquilo era para ser mantido em segredo? Nos perguntamos: Em quem confiar? O quê confiar? Afinal, temos também aquilo que é exclusivamente nosso, que por maior que seja a amizade não é para se dividir.

Amigos reunidos em The Big Bang Theory

Quando temos um rompimento na confiança depositada só uma conversa franca pode abrir os caminhos. Já quando se trata do amor romântico tudo se complica. A falta de intimidade aliada à insegurança é um prato cheio para a paranóia. Namorados com ciúmes de amigos, garotas que perdem o rumo vasculhando redes sociais em busca de supostas traições. Todos se tornam prisioneiros das relações que criaram. A partir de então seguem uma série de proibições: não ir a determinados lugares, não conversar com tais pessoas, não sair sem o carcereiro, digo companheiro! Vale a pena?

A simple mistake starts the hardest time, I promise I'll do anything you ask this time.
Chocolate, Snow Patrol

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um tempo de descobertas

Temos muito a descobrir. Estamos sempre vivendo novas experiências. Conhecer um novo lugar, pedir uma sobremesa diferente, encontrar novas pessoas. Nos perguntamos: como saber se algo é bom se nunca experimentamos?

Podemos ouvir o que os outros contam ou então seguir a intuição. Temos resistência ao que é novo, àquilo que não conhecemos direito. As dúvidas aparecem para inundar o cérebro: "vai ser bom? Poderei voltar atrás? Será que eu consigo? Se todos fazem eu devo fazer?"


É difícil se libertar para novidades, sair da rotina e se arriscar. Porém quanto mais buscamos nos preservar, mais tendemos a fantasiar momentos. As hipóteses ganham grandes proporções e com elas vem o medo. Há o temor de quebrar a cara em algo que ainda não foi desvendado, surge ainda a sombra de um possível arrependimento.

É certo que o mundo está aí para ser vivido, mas o que priorizar? Qual é o ponto de equilíbrio entre ser cauteloso e aventureiro?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um mundo pop

Elas são famosas, ganham muito dinheiro e possuem uma imensidão de fãs pelo mundo. As celebridades pop além de lançar tendências tem um diferencial interessante: são exóticas.

Quem mais sai por aí trajando um vestido de carne como Lady Gaga, ou muda as cores de cabelo de preto a ruivo passando por loiro com mil e um penteados como Rihanna? A liberdade de quem ocupa o topo das paradas musicais é algo para se destacar.
Alguns visuais de Rihanna

A cobrança se inverte. Se um superstar surge com algo comum é logo mal visto pela crítica. Lady Gaga não seria a mesma se não chegasse ao palco do Grammy Awards saindo de um ovo, fato que lembrou aos brasileiros a Xuxa Meneghel que saía da nave no seu programa infantil anos atrás.

A nós, pessoas comuns resta a admiração. Observar que por um lado, além da loucura que todo esse universo de fama e sucesso representa, existe também a chance de se viver como se quer, com seu estilo e personalidade que se reflete em canções e ações. Seja Taylor Swift e seus sonhos de princesa, Katy Perry e sua adolescência com toques picantes ou Lady Gaga e o monstro da fama.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Uma canção

Bem mais que o tempo
Que nós perdemos
Ficou pra trás
Também o que nos juntou...

Ainda lembro
Que eu estava lendo
Só prá saber
O que você achou...

Dos versos seus
Tão meus que peço
Dos versos meus
Tão seus que esperem
Que os aceite...



Skank, Resposta.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Uma segunda chance

Cometemos erros, somos humanos. Todos buscamos uma segunda chance. Uma mentira contada, uma pisada na bola, uma traição revelada. Precisamos do perdão para continuar e fazemos a promessa de não estragar tudo outra vez.

Às vezes, o problema do erro é conosco e então procuramos a chance de recomeçar. Ir a novos lugares, fazer viagens, mudar de casa. Conhecer outras pessoas e ambientes, fazer novos vizinhos. Nos apegamos a planos na tentativa de que algo novo e mágico aconteça.

A questão é que para conseguir algo muitas vezes temos que desenvolver habilidades ou somos dependentes de outras pessoas. Precisamos de ajuda, queremos novos rumos. Mas algumas metas possuem tantos obstáculos que não sabemos por onde começar, de novo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um pouco sobre anjos

As histórias que vivenciamos nem sempre são inéditas. Por motivos diversos acabamos nos encontrando em situações pelas quais já passamos e às vezes cometemos os mesmos erros. Cada um tem dificuldade em alguma área da vida. Não conseguir subir na carreira, não conseguir engravidar, não saber como vencer a timidez. Nos fazemos de fortes, inabaláveis, quando tudo o que queremos é que alguém nos diga que vai dar tudo certo.

Para quase tudo é possível se arrumar uma solução. Entretanto, quando golpes na autoestima abalam o nosso emocional nos sentimos fracos para lutar e os efeitos vêm em cadeia. Por outro lado, os conselhos são poderosos aliados quando nos sentimos sem expectativa de mudança. Amigos que já passaram por situações parecidas, ou que nos conhecem muito bem, como anjos da guarda nos apontam caminhos para a tentativa de acerto.

É como se um carro quase parando no meio da estrada recebesse um galão extra de gasolina e voltasse à ativa, renovado para mais uma corrida rumo a um objetivo difícil de ser alcançado.

Foto: Fred, anjo da guarda de Deb/Jane em Drop Dead Diva

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um trabalho divertido


Mais um ciclo se inicia. Juntar ideias, escrever um texto legal, selecionar as melhores fotos, tratar as imagens. Imprimir tudo isso e começar as colagens. Longo trabalho, mas são 03h50 e o "boneco" está pronto, agora é só imprimir tudo. Dormir umas 3 horas. E voilà, uma surpresa!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Uma mudança de planos

Fazemos planos. Até mesmo os menos organizados são planejadores. Temos metas e quando não conseguimos cumprir nossos objetivos nos sentimos frustrados. Até mesmo quando saímos de casa para a faculdade ou para o trabalho fazemos um planejamento mental do trajeto. Mas a imprevisibilidade da vida nos sabota sempre. Trânsito intenso, chuva, atrasos. Apenas algumas das coisas cotidianas que nos impedem de seguir à risca o que nosso cérebro havia traçado anteriormente.

Quando tratamos de relações, seguir o plano é ainda mais complicado. Buscamos compreender as pessoas, temos em nossa mente um roteiro de como pensamos que elas responderão a determinados estímulos. Mas a cada resposta a uma pergunta somos surpreendidos e temos que nos refazer em pouco tempo. No mesmo caminho surpreendemos a todo momento.

Plano B

Somos resistentes a sair do plano. Sonhamos e até idealizamos como as coisas deveriam ser. Mas às vezes as melhores histórias são aquelas com os começos mais estranhos.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Uma divagação sobre o romance

Dizem por aí que quando as pessoas se apaixonam elas passam a ver o mundo de uma ótica cor-de-rosa. "O amor é cego". Seja essa paixão correspondida ou não, é fato que quando alguém começa a gostar de outro as coisas ganham um novo contorno.

Ficamos bobos, a mente passa a divagar por mais tempo. As músicas românticas se tornam mais evidentes, os filmes, as séries e as novelas passam a ser mais envolventes. E a emoção fica à flor da pele, tem gente que chora vendo comercial de margarina e outros que se perdem ao sentir o cheiro de um determinado perfume.

Mas outro lado é bastante interessante de se notar. O lado da não-paixão. Quando o indivíduo está tranquilo sozinho e não se prende aos proclames românticos. Pode-se pensar que tudo o que foi descrito anteriormente seria vivido em menor intensidade. Entretanto não é tão simples assim. As músicas ainda atraem pela sua melodia, o olhar se torna mais aguçado para as demais redes de relacionamento que se constroem nas tramas ficcionais: amizade, companheirismo, fidelidade. O pensamento se desprende da rotina apaixonada de conquistar a pessoa amada um pouco mais a cada dia e se volta para a objetividade que algumas áreas da vida requerem.

Nota: É claro que tudo isso é descrito em escalas de exagero, é difícil estar num momento exclusivo, por isso oscilamos o tempo todo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Um tesouro da dramaturgia

Uma das mais importantes atrizes da televisão brasileira, Regina duarte completa neste sábado 64 anos. Conhecida como a eterna "namoradinha do Brasil", Regina conquistou o público fazendo essencialmente papéis de mocinha, a heroína das histórias. O título veio com a personagem Patrícia da novela "Minha Doce Namorada" de 1971.

Em entrevista ao programa Estrelas da Angélica, quando perguntada se havia uma preferência sobre papéis a interpretar a atriz foi enfática: "Gosto de fazer o papel de boazinha".

Sua primeira novela na TV Globo foi Véu de Noiva (foto em preto e branco) em 1969, nos anos seguintes vários trabalhos preencheram a carreira de Regina que em 1985 estourava com a personagem Viúva Porcina em Roque Santeiro. Além de muito escandalosa era conhecida por seu jeito atípico e modelitos exóticos, uma parceria ideal com Lima Duarte, confira uma cena clássica:

Três anos depois viria Raquel, a mãe de Maria de Fátima (Glória Pires) em Vale Tudo (Quem matou Odete Roitman). Pobre e crente na bondade das pessoas sofre um golpe da própria filha que vende a casa e foge para o Rio de Janeiro. Quando Raquel encontra a filha as coisas só pioram. Fátima aplica mais armações contra a mãe que além de perder tudo o que tinha perde também o amor de sua vida, Ivan (Antônio Fagundes). É quando começa a mudança e Raquel dá a volta por cima.

Veja mais uma cena marcante da dramaturgia:

Nos anos 90 outras personagens brilharam na telinha: A Rainha da Sucata Maria do Carmo, sua primeira Helena em História de Amor, a segunda Helena de Por Amor com a filha Gabriela Duarte e a minissérie Chiquinha Gonzaga em que Regina usava maquiagem para simular uma idosa.

Em Por Amor, novela marcante de Manoel Carlos, Regina movia a trama partindo da troca dos bebês, quando o de Helena nasce saudável e o filho de Maria Eduarda morre na noite após o parto. O segredo atrapalha o casamento de Helena com Atílio (Antônio Fagundes, novamente), e a revelação acontece quando Eduarda lê no diário da mãe toda a história.



Em 2006 Regina recebe o convite para fazer sua 3ª Helena, Páginas da Vida. A mãe adotiva de uma criança com síndrome de Down rejeitada pela avó Marta (Lília Cabral). Traída pelo marido Greg (José Mayer), Helena reconstrói a vida trabalhando e se dedicando à tarefa de mãe.

Confira no vídeo as Helenas de Maneco, com destaque para as interpretadas pela grande Regina:

Uma incógnita

Somos criativos. Conseguimos criar esculturas, pintar telas, escrever histórias, projetar prédios e monumentos. Ao menos, alguns de nós. Outro tipo de criatividade nos ajuda a resolver as questões do cotidiano.

O problema é que nem sempre conseguimos uma resolução no tempo que queremos. Sendo assim, alguns procuram conselhos de amigos, outros, mais sensíveis, procuram na análise com profissionais um insight para compreender-se melhor.

Às vezes uma única situação coloca-se num impasse. É o suficiente para refletir em todas as outras áreas da vida. O direcionamento da atenção para determinado problema acaba por deixar os demais questionamentos sem combustível. Quando não encontramos respostas para esse impasse e nos sentimos cansados de tentar achar uma solução, simplesmente buscamos distrações.

Assistimos novelas, caminhamos no parque, cantamos no coral da igreja. Cada um encontra uma forma de se desligar, até que aquela incógnita retorna à pauta de nossa mente, ansiosa por ser desvendada.

Quem sabe um dia.