quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Uma denúncia

Sabemos que viver nas grandes cidades significa estar envolto em concreto, cimento e ar com qualidade inferior. Estamos diante de problemas cotidianos como o elevado índice de violência e a insuficiência de transporte coletivo. As obras se espalham pela cidade, novos viadutos saem das plantas, revitalização das vias, do outro lado, moradores de bairros distantes do centro convivem com buracos gigantes, quando não com ruas sem asfalto. Além disso, por toda parte encontramos lotes vagos pela especulação imobiliária, e também aqueles que são de posse da prefeitura de Uberlândia. É onde eu quero chegar.


No chamado “conjunto Santa Mônica”, um agrupado de ruas ao lado do terminal Santa Luzia, existem áreas verdes para o descanso e convívio dos moradores. O espaço denominado área verde pode ser compreendido como “local onde há o predomínio de vegetação arbórea, englobando as praças, os jardins públicos e os parques urbanos.”

Entretanto, o que se encontra nas áreas verdes do Conjunto são lotes abandonados, a maioria sem nenhum tipo de cuidado. Alguns foram tratados por moradores e mantém
uma aparência decente, o que é de obrigação da prefeitura. Veja você que quando um cidadão possui um terreno sem construção e o mato começa a tomar conta do lugar, a prefeitura cobra que seja feita a limpeza e tratamento da área, para o bem dos moradores vizinhos, mas e quando a própria prefeitura não faz o seu dever de casa?

Outro problema é a falta de calçamento, não existem passeios na área. Os cidadãos que caminham pela rua Otair Guimarães Naves são obrigados a transitar pela via, no meio de carros. E mais: as reformas no terminal de ônibus Santa Luzia fizeram com que mais ônibus trafeguem por essa rua, o que torna o trânsito mais perigoso para o pedestre.
“A cidade não pode ser vista meramente como um mecanismo físico e uma construção artificial. Esta é envolvida nos processos vitais das pessoas que a compõe; é um produto da natureza e particularmente da natureza humana” Robert Ezra Park (1973, p. 26)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Uma alma gêmea

O mundo é um lugar romântico. Se você parar pra ouvir vai reparar que 90% das músicas falam sobre um alguém. Seja sobre alguém que o deixou, aquele que deve ser esquecido ou quem faz seu coração bater mais rápido. Das canções mais melosas às batidas eletrônicas, todas trazem uma história de amor perdida no tempo. Do amor tradicional, aquele que surge de uma amizade, se torna namoro, noivado e enfim casamento aos amores tórridos que nascem de cenários inóspitos, repletos de idas e vindas com bastante sexo de reconciliação, bom, assim é feito o mundo, o lugar do romance.

Considerar a teoria da alma gêmea numa época marcada pela razão é até algo ridículo, mas quem não se torna um bobo quando o assunto é a paixão?! Dizem que todo mundo tem a sua metade da laranja, mas vem a pergunta: como será essa outra metade? Sendo gêmea, deveríamos imaginar que o seu parceiro no amor será alguém exatamente igual a você ou será aquele que virá para preencher as suas lacunas? Como descobrir a alma gêmea num planeta de 7 bilhões é um desafio e tanto, há quem já tenha vivido a experiência de se relacionar com gente muito parecida e também o outro lado, namorando quem parece ser o seu oposto. Há relatos que das duas maneiras pode dar muito certo ou muito errado. Daí surge o outro ditado "os opostos se atraem", mas há amor que resista a diferenças gritantes por muito tempo?

Dizem que basta entrar em um relacionamento para que apareçam dezenas de pessoas interessadas em você, mas parece que inventar isso no status do Facebook não é uma alternativa, não. Todos os dias estamos diante de casais felizes, de histórias de amor que nasceram na fila do banco ou na sorveteria do bairro e os que estão sozinhos se perguntam se não estão indo na sorveteria certa.
Temos a mania de idealizar: esperamos o emprego perfeito, a turma perfeita, a vizinhança perfeita. E por quê não a alma gêmea perfeita? No fundo do nosso inconsciente existe a expectativa de que um dia estaremos carregando uma pilha de livros, quando uma pessoa com pressa vai cruzar nosso caminho, derrubando tudo no chão e que, retornando para ajudar a recolher nossas coisas, tudo ficará em câmera lenta, surgindo a clássica troca de olhares e BUM! O amor acontece. Mas talvez isso dê mais certo nos filmes da Katherine Heigl.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Uma liberdade conquistada

Gostamos de liberdade. Ao menos sabemos afirmar isso a todo instante. Penso que nunca estamos prontos pra ela. Quando crianças queremos a independência, mostrar para os coleguinhas que já não somos crianças, mas sim mocinhas e homenzinhos. Na adolescência as coisas se tornam mais radicais. Buscamos a diferenciação e tudo é motivo para rebeldia, com as desculpas na "liberdade". Cruzamos a linha para a vida adulta e não percebemos, talvez hoje muito menos que no passado. A adolescência ultrapassa a faixa dos 20 anos e nos perguntamos onde estamos.

A liberdade que antes batalhávamos para ter, agora aparece com os encargos das responsabilidades, é isso o que nos ajuda a amadurecer. Passamos a ser responsáveis por nossas escolhas e, mais que isso, a arcar com as consequências delas. Quando nos libertamos das amarras morais e legais da menoridade, aos poucos vamos cortando também determinados laços que nos foram impostos. Alguns deixam para trás valores aprendidos, a religião ensinada pelos pais ou os ideais recebidos até então.

Mas ao passo que estamos deixando certas coisas nos apegamos a outras. Há quem encontre conforto na vida de festas, outros adotam a bebida e outras dependências, tem também quem mostre dedicação total, e exclusiva, ao trabalho ou aqueles que se escondem por baixo de algum manto sagrado. São diversas as formas que procuramos para preencher nossos vazios. Sobretudo quando não sabemos o que fazer com a liberdade que o mundo nos concede, às vezes, de uma hora pra outra.

Foto: Zoe Hart começa outra vida na série "Hart of Dixie"

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Uma série de erros

Daí vem o ano novo, com ele a promessa de fazer mais, de ir além, de ser feliz. Mas e quando a promessa de tentar fazer dar certo encontra a barreira chamada conflitos da realidade? O que fazer quando por mais que sua vontade seja infinita, os arranjos do destino insistam em te manter distante das suas mais queridas realizações?

Estamos dispersos em sonhos impossíveis, outros prováveis e ainda há aqueles pelos quais precisamos batalhar. Saindo do mundo da projeção damos de cara com as dificuldades colocadas à nossa frente por diferentes atores. Para conseguir levar um projeto para o plano da realidade não dependemos apenas de força de vontade, perseverança e fé. Podemos ter tudo isso, procurar qualificação das maneiras com as quais conseguimos e, mesmo assim, ver um sonho ficar cada vez mais distante. O mundo não se adapta a você, mas você nem sempre sabe por onde tentar conquistar o mundo.

Sentimos o gosto do fracasso, não sabemos a quem culpar ou em que aspecto estamos errando. Cada vez que dá errado é um golpe na autoestima que levará algum tempo para melhorar. Até o ciclo recomeçar.

Foto: Izzie perde a competição entre os internos, Grey's Anatomy.