quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Uma visão maniqueísta

Eu só queria que as pessoas entendessem que as coisas não são tão simples quanto parecem. Essa vida moderna que inventaram em que todo mundo é produtor de conteúdo é também a oportunidade para influenciar as pessoas que muitas vezes possuem informação limitada. Nas cidades pequenas é comum a disseminação de boatos na velocidade da luz, a vizinha conta um conto para a prima do cunhado da dona da vendinha de frutas que quando chega até o tio da nora do farmacêutico já ganhou 10 pontos. Na era da internet o mundo virou uma cidade pequena: Village Wide Web.

O bairro mais famoso, o Facebook, é o portal para que os dados se espalhem como um vírus. Checar as informações é o primeiro passo para se passar qualquer coisa adiante. Entretanto, na pressa por apertar o botão de "curtir" ou "compartilhar" as pessoas não se preocupam se estão enviando uma bobagem ou pior, uma grande mentira para sua lista de contatos. São crianças que receberão dinheiro para a cura de doenças, homenagens fúnebres a artistas que ainda estão vivos ou então denúncias de espancadores de animais, é grande a variedade de boatos que se tornam fatos diante de tanta repetição.
"Salvando o mundo daqui do meu universo cor de rosa, onde é seguro"

E ainda existe o lado da crítica não fundamentada, das pessoas que tomam posicionamentos sem conhecer o campo sobre o qual se propõem a defender. Antes de sair protestando com um vídeo procure saber toda a história por trás daquele conflito. Equívocos não faltam. O que mata é a visão maniqueísta de mundo, na qual o sujeito escolhe vilões (o professor, o governo, a mídia, a falta de oportunidade) contra os quais luta com as ferramentas que domina: curtir, compartilhar, retuitar. A geração do revolucionário de sofá não desencanta, aplaudir aqueles que apenas fazem barulho e colocá-los no topo dos Trending Topics do Twitter não faz muita diferença pro mundo, não. Eu só queria que as pessoas entendessem que as coisas não são tão simples quanto parecem.