segunda-feira, 11 de junho de 2012

Um jeito (desesperado) de ser



Dizem que nós temos a capacidade de escolher quem queremos ser. Entretanto, ao mesmo tempo, desde crianças recebemos uma carga de influência muito intensa. Dos pais vêm a visão do que é certo e errado, um modelo a se seguir, com os irmãos aprendemos que seguindo determinados caminhos podemos nos dar bem ou quebrar a cara. A vizinhança que nos cerca ajuda na opção por quem queremos ser. Exemplos não faltam, bons e ruins.
Perfeccionismo, mania de controle, egoísmo, síndrome de Atlas. Várias definições e rótulos surgem quando queremos abraçar o mundo com os braços e as pernas. Dar conta de tudo é um desafio, e nem sempre escolhemos fazer desse jeito, apenas acontece assim. O retorno nem sempre é positivo: nos desdobramos, investimos toda a nossa energia em uma rotina desgastante, deixamos momentos bons passarem despercebidos e, muitas vezes, não recebemos nada em troca.
A intenção é trabalhar como as formiguinhas no inverno, construir um futuro sólido e quem sabe desfrutar disso. O desespero vale a pena?! E parece que a faculdade não passa de um treino: Can we panic now?


sábado, 2 de junho de 2012

Um olhar sobre chegadas e partidas



“Eles chegam muito animados”. 

Com essa frase dei início à minha primeira reportagem de TV. A expressão se referia ao ingresso dos alunos na faculdade, que acontece, geralmente, por volta dos 17 anos. É uma fase única na vida de qualquer jovem: a escolha por uma profissão. Das longas horas de estudo ao esforço nos simulados, eis que chega aquele grande dia: o vestibular.
Temos centenas de informações na cabeça: “Filho, lembre-se de beber água, coma alguma coisa”, “comece pelas mais fáceis”, “tente não deixar nada em branco”, “eu acredito em você, vai dar certo!”. O cenário mais comum é o campus da Universidade, com várias tendas de cursinhos preparatórios, centenas de pessoas aglomeradas, conversas, gritos, reencontros e orações. Cada um ali pede por uma coisa, coisa boa. Faz calor.
Do outro lado do portão uma equipe está pronta para receber os milhares de candidatos ansiosos e preocupados, que levam nas mãos garrafas de água, barras de cereal e um documento. No coração a expectativa dos meses de preparação misturada ao medo do que pode acontecer a seguir e, ainda, a projeção do sonho de uma futura profissão.
Esta imagem é um registro feito na manhã deste sábado: o campus Santa Mônica do lado de dentro. A entrada é restrita nos dias de vestibular e tudo estava bastante calmo. Ao descer por esse caminho encarei no lado de fora: o início da aglomeração de estudantes, a movimentação dos seguranças, a chegada dos fiscais e um repórter começando sua cobertura. Ao observar isso tudo, o sentimento de quem está deixando a Universidade em pouco mais de seis meses é de renovação. Ver essa combinação de temor e agitação, sorrisos nervosos e esperança no olhar dá mais que alegria: revigoração!