terça-feira, 25 de setembro de 2012

Uma festa sexual

A sexualidade é algo que está à flor da pele: na telinha, nas músicas, no cinema, na literatura e claro, nos grupos de discussão na internet. Os latinos são conhecidos como os mais fogosos, o calor dos trópicos provocaria efeitos no comportamento e na libido. Lenda ou não, ficamos encantados quando a Suellen surge nas cenas da Avenida Brasil, com uma conduta nada convencional, a personagem é atrevida, não tem vergonha de ser o que muitos chamariam de biscate ou piriguete.
Os anos 60 são conhecidos pela revolução sexual, ali as coisas começaram a mudar, com a divulgação dos métodos contraceptivos e com o reforço da emancipação feminina, novos conceitos surgiram para os relacionamentos interpessoais. Tantas conquistas... Por outro lado, as mais novas gerações sequer têm noção daquilo que seus pais ou avós vivenciaram, entretanto usam a liberdade como pretexto para a quantidade infinita de besteiras que acabam realizando. Acredito que liberdade acompanhada de consciência pode gerar frutos criativos e essenciais para a evolução do homem, infelizmente não é o que acompanhamos hoje.
O mais intrigante é que temos a liberdade para fazer burradas, cada um que cuida de si. Exceto pelo fato de que quando erramos, levamos outras pessoas ao sofrimento. Voltando ao contexto da sexualidade à flor da pele. Chega a ser incompreensível o desejo que as pessoas têm de demonstrar a sexualidade em público. E aqui eu não estou falando de orientação sexual. São festas em que as pessoas tiram as roupas, se divertem com objetos eróticos ou com a presença de dançarinos que mais parecem frangos de padaria que passam o domingo girando naquelas máquinas. Tanta coisa melhor, e mais adequada, para fazer: dançar, beber, e até mesmo paquerar, por que não ficar por aí? Quem sou eu para falar de sexo?! Provavelmente ninguém. Apenas uma pessoa que pensa que o melhor da sexualidade é feito entre quatro paredes, e não em público.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Um destino?


Destino. Alguns acreditam, outros não. Em meio ao livre-arbítrio, um plano traçado, anterior à nossa existência, pode parecer algo um pouco difícil de assimilar. Entretanto, durante a vida passamos por tantas experiências peculiares que pensar nelas como mera coincidência também não é tão simples. Por que fazemos planos? Vivemos num mundo em que tudo funciona com base em agendas. Para não se perder em compromissos temos que procurar algum dispositivo que nos lembre do que devemos fazer e onde devemos estar.
Será que realmente estamos no devido lugar?! Quantas vezes acordamos, cumprimos uma rotina de forma automática, voltamos para casa e queremos apenas colocar a cabeça no travesseiro e dormir? Acredito que a vida não foi feita para a pura reprodução de um dia após o outro, mas sim que cada dia pode e deve ser único! Lutamos, batalhamos e torcemos para que nossos anseios deem certo, e também para que os planos frutifiquem, mas nem sempre as coisas vão para frente. Como explicar quando tentamos tudo, damos o nosso melhor em prol de um objetivo, mas por uma razão maior, ou por alguma conjunção não conseguimos ir adiante? Será que não era a hora e a vez?
A cada quadro surgem pistas, talvez estamos fazendo o certo, talvez insistindo no erro. Aos que acreditam em uma missão e buscam em tudo explicações (que nem sempre vêm no nosso tempo!) resta esperar que as coisas caminhem, que as engrenagens circulem, para que a vida mostre para onde devemos ir.

domingo, 23 de setembro de 2012

Um jardim para cuidar

Ano passado, o mundo em que vivemos chegou à marca de sete bilhões de pessoas. Pense na quantidade de ligações que podem ser feitas entre esses indivíduos. De amizades a inimizades, contando aqueles que fazem parte de nossa árvore genealógica, são muitas as possibilidades. Agora pense por um momento em quantas vezes você já acreditou que estava apaixonado por uma pessoa durante a vida. Mais fundo, pense nas histórias que você imaginou que seriam para a vida toda, mas não foram adiante. Por um lado é um pesar, mas por outro podemos encarar as nossas idas e vindas como ganho de experiência. A cada tentativa de fazer dar certo estamos entregando um pouco de nós, e mesmo quando não recebemos muito em troca, passamos a um nível superior de maturidade e expectativa.
A vida é complicada, sobretudo quando você tenta seguir um caminho diferente do adotado pela maioria. Entre diversas coisas a temer, e nesse sentido podemos falar da solidão, uma olhada atenta à volta pode ser tranquilizadora. Voltando aos sete bilhões de humanos, não há motivo para o apego a uma história que não deu certo, muito menos espaço para amores platônicos. Todos nós temos dezenas de qualidades e muitos defeitos, com certeza. Um encontro em que duas personalidades se encaixam pode ser o começo de uma grande história a dois. Somos uma geração de impacientes e lidamos com tudo de forma intensa. Quando gostamos é amor, quando não é a indiferença. Não há uma solução para a ansiedade de viver um romance, mas uma alternativa pode ser o exercício da paciência: cursos de aperfeiçoamento, trabalho voluntário, e claro, cuidar de si mesmo. Dizem que quando cuidamos do nosso jardim as borboletas aparecem, que assim seja.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Um grande desencontro

I'm here, please, talk to me

As pessoas mudam. Ao menos é isso que nos dizem quando temos que lidar com alguém que está sendo difícil de aturar, ou é o que muita gente pensa quando está em um relacionamento sério. Às vezes é realmente bom acreditar que elas mudam, que existe nelas um potencial de evolução. Caminhamos pela vida, nos desencontramos dos amigos, entre idas e vindas acabamos nos unindo novamente, e bum! Aquela pessoa não é mais a mesma, o que é um tanto quanto chato, ou no mínimo estranho. 
É certo que todos bebemos de diversas fontes, provamos sabores, vivenciamos novas experiências a cada temporada, mas é possível que uma pessoa tão próxima se torne quase um desconhecido?! A vontade é de perguntar: "como você chegou até aqui?", mas acredito que sequer temos noção do quanto mudamos em tão pouco tempo, logo, conseguir uma resposta objetiva seria improvável.
O sentimento de perda é inevitável, e tentar retomar o ponto de onde paramos é um desafio, mesmo quando a vontade é grande. Quando qualquer tentativa de puxar um assunto não é bem sucedida e impera aquele silêncio constrangedor talvez seja hora de repensar. Como uma grande peça de teatro, todos temos um papel na vida uns dos outros, assim também deve existir uma deixa para a saída. Viver de memórias, às vezes, é uma boa estratégia, visto que a maioria delas é insubstituível, intocável e preciosa. 

domingo, 16 de setembro de 2012

Um ano em que perdi tudo

        Já tem um tempo que dizem que 2012 seria o último ano nesse mundo que conhecemos, até um filme foi feito para demonstrar cientificamente como seria o nosso terrível final, se bem que no seu desfecho muita gente vive. Hollywood, né! Apesar de não acreditar em nenhuma dessas profecias posso dizer que não foi um bom ano, não na essência. Se me perguntassem o que vou levo de 2012 eu diria: as perdas.
Izzie Stevens, I miss you so much!
        Eu perdi muitas batalhas em 2012, perdi tudo. Uma frase resume bem: “Odeio quando planejo as coisas na minha mente e as outras pessoas não seguem o script”. Talvez seja isso que faça a vida ter graça, mas é daí que surgem as nossas piores decepções. O script é uma brincadeira, mas no fundo sempre criamos expectativas. Perdi amores, ou a chance de começar uma grande história, perdi paqueras e pra completar perdi amigos.
        Claro que a saga continua na vida profissional. A começar por um penúltimo semestre conturbado. O projeto experimental de um programa de TV, todo idealizado na minha mente, não se concretizou. Aceitamos fazer o programa de rádio que nos impuseram. A primeira surpresa: perdemos nossa orientadora. Isso após um semestre acostumando com a professora e tomando gosto por trabalhar com ela. Lá vamos nós... Mais uma vez era o momento de aprender a fazer as coisas na marra. Outro projeto, o de monografia, que, a meu ver, estava bastante coerente, foi classificado como um dos piores. Até hoje me revolta a falta de consideração de quem julgou tudo aquilo com um olhar totalmente exterior.
        Mas pra cair ainda tem chão, então, na metade do período os docentes deflagram a greve. Logo após vêm os técnicos e em seguida o resto do país. Exagero, talvez. Como bom curso de Comunicação que somos não há um consenso e, então, continuamos algumas aulas, fechamos nossas bancas, com orientação à distância, e fica apenas uma pendência. Considerando que nesse meio tempo estou perdendo vagas (sim, no plural!) de estágio pelo simples fato de nossa grade horária ter sido planejada distribuindo os turnos na forma de uma onda: manhã, tarde, manhã, tarde. Uso de laboratórios, adequação ao horário dos demais professores, 160 alunos. É, as razões são infinitas, compreensíveis e eu não dou a mínima para elas.
     Eis que chega o estado de greve completo: nada para fazer, nenhuma preocupação, apenas aguardando o governo negociar. Vagas de estágio aparecem: é a minha vez, minha chance, eu vejo brilhar pra mim. Nada disso, era apenas a luz do caminhão que viria a passar por cima de mim. Novamente preparado, cabelo escovado, texto em minha mente, sorriso sincero. Não é isso que eles procuram. Um parêntese: pelo menos uma vez por semana você vai encontrar uma reportagem no Jornal Hoje ou Jornal da Globo sobre como se dar bem e ingressar no mercado de trabalho. Bullshit! Não passam de regrinhas que podem ajudar aqueles que já não possuem a mínima noção e poderiam aparecer com um grande decote ou abrir a boca para falar mal da sua antiga empresa. A questão é que você nunca será capaz de decodificar a mente do RH (pra dizer a verdade, acho que nem eles se entendem). Enfim, como uma anciã local diria: “um dia dá certo”.
      Acho que chega um ponto em que não é possível perder mais nada, acho que estou quase lá. Então a formatura que seria em dezembro será em abril, mas não vai fazer muita diferença visto que será uma graduação sem honras, ao menos para o famoso Jornalismo de mercado. Quem sabe o meu destino não é ser um intrépido repórter, mas sim um acadêmico empoeirado, cercado de livros e orientandos em busca de créditos. Minha mãe diria para eu não postar tudo isso, but... Cristina Yang approves!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Um ser chamado predador

A Verdade Nua e Crua

 Tudo é uma competição, a começar pela maneira como somos concebidos. Evoluímos, quando crianças queremos ter o melhor brinquedo, mostrar para os coleguinhas, exibir um presente caro. O diálogo na infância é sempre repleto de advérbios de intensidade, mesmo que ainda usados incorretamente, “o meu é o mais melhor de todos” é uma frase comum de se ouvir. Mais uma vez crescemos, os adolescentes competem entre si por um espaço na sociedade, em busca da diferenciação. Na vida adulta, a competição é acirrada, a procura por uma vaga no mercado de trabalho envolve preparo teórico, técnico e emocional, muitos ficam pra trás.
                Na vida afetiva existem seres que utilizam a racionalidade e técnicas bem definidas para ir atrás do que querem: paquera, sedução e conquista. Por meio de artifícios simples, banais e, até mesmo, rudimentares, esses indivíduos fazem a sua morada na noite das cidades, principalmente em boates. São os predadores. Tanto homens e mulheres, o seu objetivo não é o prazer de se relacionar com o outro, mas sim a conquista e o gosto de tarefa cumprida. Repare quando surge alguém novo numa roda de amigos. Caso haja dois ou mais predadores presentes surge imediatamente uma competição, mesmo que ela não seja explícita. A civilidade é deixada de lado.
                Supondo que você esteja interessado em uma pessoa, caso haja um predador à mesa, tenha cautela, ou você pode ficar para trás. No momento da caçada nada mais importa para o predador: ele vai passar por cima de convicções, de amizades, do bom senso e até mesmo de você! E quando ele fizer isso, tendo a presa em seus braços, terá conseguido aquilo que queria desde o início: o sabor da vitória. O que contém esse sabor?! Autoafirmação, insegurança, e imaturidade. Já a presa será descartada o mais rápido possível, como uma sacola plástica, ou menos que isso, visto que dura tão pouco e vale menos ainda para um predador. A partir daí este ser sairá em busca de novas presas para tentar preencher o vazio que assola a sua alma vazia e incapaz de ir além.