Temos
uma séria mania de complicar as coisas quando podemos facilitar! As crianças
possuem uma grande vantagem sobre os adultos: quando elas querem elas pedem,
mesmo que nem sempre esse desejo seja atendido. Mas o tempo passa, a gente
cresce e começa a sucumbir a tantos processos sociais que, quando paramos para
observar, aquelas aspirações são pouco a pouco reprimidas.
A
pergunta é simples: se eu quero um sorvete de morango porque motivo eu vou
pedir um sorvete de chocolate? Complicamos. O medo do escuro vai embora para a
maioria, mas outros aparecem com força maior ainda: rejeição, fracasso,
desilusão. Se por um lado a autocensura limita nosso anseio de correr atrás do
que queremos, sendo isso aparentemente correto ou não, às vezes bate uma enorme
vontade de sair fazendo besteiras, sem olhar pra trás.
O
mais curioso é que conseguimos observar a mesma hesitação naqueles que estão à
nossa volta: “não dou um passo, tenho receio”, outros devem se sentir assim, e
nada sai do lugar. Um desafio comum é se estabelecer, superar o medo de sofrer
um tombo, aguentar os efeitos de um passo, as consequências dessa interação e tentar
pensar menos para, quem sabe, mover uma peça.

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