domingo, 16 de setembro de 2012

Um ano em que perdi tudo

        Já tem um tempo que dizem que 2012 seria o último ano nesse mundo que conhecemos, até um filme foi feito para demonstrar cientificamente como seria o nosso terrível final, se bem que no seu desfecho muita gente vive. Hollywood, né! Apesar de não acreditar em nenhuma dessas profecias posso dizer que não foi um bom ano, não na essência. Se me perguntassem o que vou levo de 2012 eu diria: as perdas.
Izzie Stevens, I miss you so much!
        Eu perdi muitas batalhas em 2012, perdi tudo. Uma frase resume bem: “Odeio quando planejo as coisas na minha mente e as outras pessoas não seguem o script”. Talvez seja isso que faça a vida ter graça, mas é daí que surgem as nossas piores decepções. O script é uma brincadeira, mas no fundo sempre criamos expectativas. Perdi amores, ou a chance de começar uma grande história, perdi paqueras e pra completar perdi amigos.
        Claro que a saga continua na vida profissional. A começar por um penúltimo semestre conturbado. O projeto experimental de um programa de TV, todo idealizado na minha mente, não se concretizou. Aceitamos fazer o programa de rádio que nos impuseram. A primeira surpresa: perdemos nossa orientadora. Isso após um semestre acostumando com a professora e tomando gosto por trabalhar com ela. Lá vamos nós... Mais uma vez era o momento de aprender a fazer as coisas na marra. Outro projeto, o de monografia, que, a meu ver, estava bastante coerente, foi classificado como um dos piores. Até hoje me revolta a falta de consideração de quem julgou tudo aquilo com um olhar totalmente exterior.
        Mas pra cair ainda tem chão, então, na metade do período os docentes deflagram a greve. Logo após vêm os técnicos e em seguida o resto do país. Exagero, talvez. Como bom curso de Comunicação que somos não há um consenso e, então, continuamos algumas aulas, fechamos nossas bancas, com orientação à distância, e fica apenas uma pendência. Considerando que nesse meio tempo estou perdendo vagas (sim, no plural!) de estágio pelo simples fato de nossa grade horária ter sido planejada distribuindo os turnos na forma de uma onda: manhã, tarde, manhã, tarde. Uso de laboratórios, adequação ao horário dos demais professores, 160 alunos. É, as razões são infinitas, compreensíveis e eu não dou a mínima para elas.
     Eis que chega o estado de greve completo: nada para fazer, nenhuma preocupação, apenas aguardando o governo negociar. Vagas de estágio aparecem: é a minha vez, minha chance, eu vejo brilhar pra mim. Nada disso, era apenas a luz do caminhão que viria a passar por cima de mim. Novamente preparado, cabelo escovado, texto em minha mente, sorriso sincero. Não é isso que eles procuram. Um parêntese: pelo menos uma vez por semana você vai encontrar uma reportagem no Jornal Hoje ou Jornal da Globo sobre como se dar bem e ingressar no mercado de trabalho. Bullshit! Não passam de regrinhas que podem ajudar aqueles que já não possuem a mínima noção e poderiam aparecer com um grande decote ou abrir a boca para falar mal da sua antiga empresa. A questão é que você nunca será capaz de decodificar a mente do RH (pra dizer a verdade, acho que nem eles se entendem). Enfim, como uma anciã local diria: “um dia dá certo”.
      Acho que chega um ponto em que não é possível perder mais nada, acho que estou quase lá. Então a formatura que seria em dezembro será em abril, mas não vai fazer muita diferença visto que será uma graduação sem honras, ao menos para o famoso Jornalismo de mercado. Quem sabe o meu destino não é ser um intrépido repórter, mas sim um acadêmico empoeirado, cercado de livros e orientandos em busca de créditos. Minha mãe diria para eu não postar tudo isso, but... Cristina Yang approves!

2 comentários:

  1. Eu, que acompanhei relativamente de perto alguns momentos dessa sua saga, e que comecei a me aproximar de você e a te conhecer melhor, tanto pessoal quanto profissionalmente, afirmo de todo o coração: Dará certo. Você é uma das pessoas mais otimistas e perseverantes que eu conheço. Que sabe driblar os obstáculos e enfrentar as dificuldades, sem subjugar nem atropelar ninguém. Seu esforço e sua dedicação para com os seus projetos, sua coragem de arriscar-se no sonho abertamente, todas essas coisas fazem de você, na minha opinião, uma pessoa admirável. E, se 2012 foi um ano de perdas, é porque o futuro com certeza te reserva surpresas muito melhores. Acredito nisso de coração. E, ainda que anônima, torço por você e pelo seu sucesso! =]

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